Arquitetura: camadas de serviços em Domain-Driven Design

Quando desenvolvemos usando a abordagem dirigida por modelos, é preciso entender as responsabilidades e local de cada camada, e entre todas as usadas, um tipo é responsável por chamar e expor de forma abstraída e funcional todas as regras de negócio do domínio, elas são chamadas de serviços.

Os serviços podem estar em alguns locais da arquitetura do software, conforme a necessidade e a função exercida para a solução. Segundo Eric Evans, em seu livro Domain-Driven Design, os serviços são divididos ao menos em três camadas:

Aplicativo – Serviço de mais externo

  • Digere as entradas, tais como requisições em txt, xml e Json,
  • Envia mensagens para o serviço de domínio para complementação
  • Espera a confirmação,
  • Decide enviar uma notificação através de um serviço de infraestrutura

Domínio – Regras de negócios

  • Interage com objetos necessários e dispara comportamentos
  • Fornece confirmações do resultado

Infraestrutura – Mensagens e outras comunicações externas

  • Envia mensagens
  • Recebe mensagens

Mas, sem mais delongas, montei uma aplicação bem simples para demonstrar a ideia. São três projetos: Domínio, aplicação e Infraestrutura de mensagens.

Primeiro, vamos criar, no projeto de domínio, uma entidade que representa uma pessoa.

Dentro do mesmo projeto de domínio, vamos adicionar o serviço que salva a pessoa.

No projeto de Infraestrutura, iremos adicionar o serviõ de envio de mensagens.

E por fim, vamos adicionar o serviço na camada de aplicação.

Este projeto está disponível no meu GitHub no endereço a seguir:

  • https://github.com/tiagopariz/DDDServicesLayers

C# with Patterns: Specification

Muitas vezes precisamos abstrair características complexas, tentando simplificar uma consulta Linq para um campo que retorne apenas true ou false, pois isto é muito útil, principalmente quando usamos Entity Framework. O padrão de comportamento especificação busca tornar características, que muitas vezes complexas, em algo mais simples, legível, reusável e de fácil manutenção, com uma abordagem mais elegante.

Além de auxiliar na criação de consulta, Specification pode ser bastante útil em validações, onde uma entidade de domínio precise checar uma série de informações e retornar se ela satisfaz um cenário válido para alguma finalidade específica ou até mesmo persistir os dados no banco. Em resumo, Specification é a união de regras de negócios e expressões boolianas.

Projeto de exemplo

O projeto de exemplo mostra dois usos da abordagem: uma para definir entidades com características específicas e outra para validar entidades, que pode usado juntamente com notificações e eventos. Para isso crie uma solução chamada Specification, e adicione um projeto do tipo Class Library, chamado Specification.Domain.

A interface ISpecification<T> que define o contrato de implementação do método IsSatisfiedBy() e que recebe a especificação baseada em regras de negócio, que são geradas a partir dos métodos And(), AndNot(), Or(), OrNot() e Not() ou uma expresão Linq.

Crie uma pasta chamada Specifications no projeto de domínio, e dentro dela inclua a classe CompositeSpecification, que será a base para as especificações, implementando todos os métodos da interface anterior.

Com a classe base criada, podemos criar as classes de operadores para definir a regra de negócio, que irá retornar uma resposta true ou false. Para isso, adicione as classes a seguir na pasta Specifications:

No projeto de domínio, crie duas pastas chamada Entities e ValueObjects. E em ValueObjects inclua uma classe base para os objetos de valor chamada ValueObject e dentro de Entities inclua uma classe base para as entidades chamada Entity. Estas duas classes terão as propriedades e métodos básicos para as especificações de validação e uma função IsValid que retornará true se os dados preenchidos atenderem os requisitos.

Na pasta ValueObjects teremos uma classe de Email que herda de ValueObject, e na pasta de Entities as classes Category e Person e ambas herdam de Entity.

Neste ponto, a propriedade ValidSpecification ainda não possui suas especificaçãos que validam pessoa e o e-mail, e para isso temos que criar as classes com as regras de negócio.

Entre na pasta Specification, e dentro dela crie uma pasta chamada ValueObjects e neste diretório inclua uma classe chamada EmailValidSpecification que herda de CompositeSpecification.

Na pasta Entities de Specification, inclua uma classe chamada PersonNameValidSpecification, que irá validar o nome da pessoa.

Com as especificação de validação de e-mail e de nome prontas, podemos adicionar uma especificação que irá validar a pessoa como um todo, e para isso inclua uma classe chamada PersonValidSpecification na pasta Entities de Specifications.

Ainda temos um especificação para definir se uma pessoa é cliente, que pode ser usada em filtros de listas baseadas em Linq, portanto inclua o objeto PersonCustomerSpecification na pasta Entities de Specifications.

Projeto de Apresentação

Crie um projeto do tipo Class Library, chamado Specification.Domain, para que, via console, testarmos algumas formas de usar as especificações. E então, no método Main da classe Program, crie uma lista de pessoas através de uma variável do tipo List.

A seguir vamos listar apenas os clientes, usando a especificação PersonCustomerSpecification.

Neste outro exemplo, retornarmos todas as pessoas que são parceiras, usando uma expressão Linq:

A seguir é usada uma especificação que filtra apenas entidades válidas usando a especificação pronta, mas esta operação pode ser feita também chamando o método IsValid da própria entidade.

Toda a classe Program pode ser vista a seguir, com outros exemplos:

E aqui temos a saída completa do console.

Conclusão

Specification é um padrão bastante flexível, tornando as regras de negócio do domínio mais claras. Entretanto, as validações podem ser simplificadas, usando pacotes de terceiros, como por exemplo o Flunt, que une esta abordagem com a Domain Notification, e pode residir em uma camada transversal do projeto.

O projeto completo pode ser baixado no GitHub:

https://github.com/tiagopariz/Specification

Referências

C# with Patterns: Domain Core

Há uma série de abordagens e padrões que podemos usar dentro de uma camada de domínio para que as informações sejam recebidas e enviadas para outras camadas de forma correta e eficaz, e para isso usamos padrões como Command, Events, Notification, Specification, etc.

Pensando desta forma, podemos usar uma abordagem que separe as classes e interfaces genéricas do domínio em um projeto central, chamado Domain Core, onde tudo que for genérico ou central deve estar aqui, sobrando para o projeto de domínio apenas as classes, interfaces e responsabilidades específicas das entidades e suas regras de negócio. Outra vantagem, é a reutilização de código, sendo que tudo que for genérico, estará neste projeto.

O exemplo a seguir não tem a intenção de mostrar um aplicativo funcionando com os padrões e abordagens necessárias para um projeto DDD em C#, mas apenas demonstrar com seria uma organização de códigos e suas responsabilidades dentro da proposta, além do mais, também pode ser considerado como uma sugestão e não como um modelo a ser seguido a risca. Portanto, o que tá em discussão não é necessariamente um modelo certo ou errado, mas apenas uma forma de organizar os arquivos do projeto e facilitar a implementação dirigida ao domínio.

Podemos dizer que o core é um núcleo compartilhado do domínio principal e subdomínios e talvez até de domínios genéricos.

Projeto Domain.Core

O projeto Core do domínio deve estar na mesma Solution folder do domínio, e se for um pacote ou DLL deverá ser referenciado pelo domínio. Para começar, siga os passos:

  1. Crie uma solução vazia chamada DomainCore,
  2. Adicione uma Solution folder chamada Domain
  3. Dentro de Domain adicione um projeto do tipo Class Library chamado DomainCore.Domain.Core,
  4. Na raiz do projeto, crie três pastas chamadas Interfaces, Entities e ValueObjects,
  5. Na pasta Interfaces, inclua duas subpastas chamadas Entities e ValueObjects,
  6. Remova todas as referências, para que o projeto esteja o mais limpo possível, e adicione mais tarde conforme for necessário.

Agora temos uma estrutura básica de um projeto base de domínio, ou seja, a aplicação deve parecer como a imagem a seguir:

O objetivo até aqui é manter uma arquitetura funcional e simples, apesar de haver sim alguma complexidade para que tenhamos uma arquitetura decente no início, mas deve facilitar a manutenção no futuro.

Projeto Domain

O projeto que é o domínio de fato deve estar na mesma Solution folder do domínio também, ele pode fazer referência ao core através de uma DLL ou instalação de pacote NuGet. Para montar a camada de domínio siga os passos:

  1. Dentro de Domain adicione um projeto do tipo Class Library chamado DomainCore.Domain,
  2. Na raiz do projeto, crie três pastas chamadas Interfaces, Entities e ValueObjects,
  3. Na pasta Interfaces, inclua duas subpastas chamadas Entities e ValueObjects,
  4. Remova todas as referências, para que o projeto esteja o mais limpo possível, e adicione mais tarde conforme for necessário.
  5. Adicione a referência para o projeto DomainCore.Domain.Core.

Agora temos uma estrutura para as entidades específicas de um projeto de domínio, a aplicação deve parecer como a imagem a seguir:

Interfaces e entidades bases

Vamos incluir os seguintes itens em DomainCore.Domain.Core:

  1. DomainCore.Domain.Core/Interfaces/Entities/IEntity.cs
  2. DomainCore.Domain.Core/Interfaces/ValueObjects/IValueObject.cs
  3. DomainCore.Domain.Core/Entities/Entity.cs
  4. DomainCore.Domain.Core/ValueObjects/ValueObject.cs

Vamos incluir os seguintes itens em DomainCore.Domain:

  • DomainCore.Domain/Interfaces/Entities/IPerson.cs
  • DomainCore.Domain/Interfaces/ValueObjects/IEmail.cs
  • DomainCore.Domain/Entities/Person.cs
  • DomainCore.Domain/ValueObjects/Email.cs

O projeto final deve parecer como este:

Uma organização simples, e que torna a camada de domínio mais limpa e isola os objetos genéricos e padrões para todas as entidades. Facilita também o reuso da arquitetura e correções que afetam muitos objetos.

Serve para abrir também uma discussão acerca da abordagem DDD, pois pode não haver um modelo ideal, mas podemos juntos encontrar caminhos para projetos mais profissionais e mais fáceis de escalar e manter.

O projeto completo pode ser baixado no GitHub em https://github.com/tiagopariz/DomainCore.

C# with Patterns: Adapters

Na série C# with Patterns, que mostra como usar padrões de arquitetura em programação com C#, vamos conhecer o padrão de adaptadores, ou Adapters Pattern.

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